No fechamento desse primeiro trimestre de retorno ao Cinebrasa, vários pontos em ser relatados. Por ser da Geração 2.0, eu não sei como o Cinebrasa funcionava antes, então só tenho como parâmetro esses três meses de experiência, não só como usufruinte, mas também como colaboradora no projeto. Em minha opinião, um dos pontos mais fortes do Cinebrasa é ser uma forte opção de lazer na cidade, de graça. Uma alternativa não só para os jovens, mas também para todos que tem interesse em cinema, e para os curiosos, pode despertar a paixão pelo cinema. A diferença é que os filmes exibidos, por serem produções autorais, não passariam no cinema convencional de blockbuster hollywoodiano, o que desperta ainda mais a curiosidade dos expectadores. A exibição não somente de filmes, mas também de clipes e documentários, especialmente esse último, gera discussões após a sessão, onde o pessoal pode expor suas impressões e idéias sobre aquele determinado assunto, expandindo assim, de certa forma, o repertório cultural de todos que participam; seja somente pelo conteúdo dos filmes, seja pela discussão após.
Além disso, há o incentivo à produção independente: não somente quando isso é mencionado nos encontros, mas simplesmente por ter contato com esse tipo e material, faz aumentar a curiosidade, e a desperta em quem não tinha. Quem já tem um contato com produção audiovisual, ou mesmo quem não tem experiência no meio, fica instigado a produzir seus próprios filmes. Tudo isso faz com que cada vez mais pessoas, e pessoas diferentes, participem em maior ou menor grau do Cinebrasa, contribuindo para o seu crescimento como um todo. É preciso ainda fazer alguns ajustes, mas esses três meses de experimentos tivemos um saldo mais positivo que negativo no final das contas.
Com planejamento, agora que sabemos o que funciona e o que precisa ser ajustado, por exemplo, programarmos com antecedência os filmes para termos uma divulgação ainda mais eficiente. Certamente a mídia digital tem uma importância fundamental na divulgação, assim como no planejamento e até mesmo a discussão pós-filme, que é sempre estimulada nas sessões, pois há o momento de descontração após as discussões, seja festa, seja curtir com os amigos no bar do Adriano.
O que percebi algumas vezes é que a discussão presencial parece ser mais interessante para aqueles que participam. É que o bate-papo olho no olho dá um caráter imediato, “está tudo fresco na memória”, é quando todos querem sugerir filmes, expressar suas interpretações sobre o filme e idéias sobre o assunto, etc.. Incentivar o pessoal a sugerir filmes [melhorar o sistema de sugestão on-line, com um formulário, etc.] e a colaborar com o aumento do acervo de filme gradativamente, ou seja, a cada sugestão, se a pessoa já tiver o filme ou se disponibilizar a baixar, já adiantaria muito. Facilitaria o planejamento das sessões mensalmente; além da elaboração da divulgação, que poderia contar com todos os colaboradores, especialmente os que estão ligados às artes ou design e/ou que saibam operar as ferramentas de elaboração de flyers e cartazes. Com esse planejamento antecipado, é possível formular as sessões de forma que intercale, por exemplo, um documentário com um filme, uma animação com um festival de clipes, um festival de curtas com um documentário, etc., mas sem exatamente um dia fixo [ex.: a primeira sexta-feira sempre será documentário, a segunda sexta-feira sempre será festival de curtas, etc.]. Com a ação de todos os colaboradores, todos do Fórceps, podemos tornar o Cinebrasa, que é um projeto excelente, cada vez melhor.